terça-feira, 26 de outubro de 2010

JOVENS CATÓLICOS E O PROCESSO ELEITORAL

5 de outubro de 2010 às 20:50

Jovens católicos e o processo eleitoral

Jovens Católicos sobre o Processo Eleitoral
O processo eleitoral nos desafia a refletir sobre que tipo de projeto de desenvolvimento se coloca para a sociedade brasileira, em especial para a juventude. A despeito dos largos passos dados nos últimos anos na construção da pluralidade religiosa e no combate a intolerância, temos assistido no Brasil um processo fundamentalista de criminalização da atividade política de quem, a partir da fé e do envolvimento comunitário, quer transformar a realidade. Ao mesmo tempo, este processo cria uma indevida utilização dos preceitos religiosos para o benefício de uma candidatura escondendo, por trás do discurso da moral, a posição política daqueles que querem de volta o conservadorismo e a lógica neoliberal para o centro do comando do executivo federal do país.
Assim como dezenas de intelectuais, agentes de pastoral, bispos, padres, religiosos e religiosas nós, jovens católicos abaixo-assinados, posicionamo-nos em defesa de um Brasil justo, livre e igualitário e combatemos o retrocesso conservador representado pela candidatura do tucano José Serra (PSDB). Sabemos a partir do que fez à frente do poder público como Prefeito de São Paulo, Governador e Ministro do governo FHC que, apesar da pele de cordeiro, o candidato tucano representa o retorno ao receituário neoliberal, ao achatamento do salário mínimo, às privatizações, ao tratamento truculento aos movimentos sociais e às grandes taxas e impostos, além de tratar a juventude e os demais temas sociais que nos atingem direta ou indiretamente como casos de polícia, e não como base para políticas públicas específicas. Em outras palavras, o desrespeito à vida, à dignidade humana e a paz!
Recordamo-nos das grandes lutas travadas pelos movimentos populares contra os desmandos da Era FHC e, por isso, temos clareza de que um eventual Governo José Serra significaria grandes prejuízos às políticas de juventude, com fechamento dos espaços de diálogo com as organizações juvenis, redução dos recursos para os programas sociais e fortalecimento das políticas repressivas, com a caracterização de políticas de extermínio da juventude, notadamente a juventude negra. Além disso, a proposta de redução da maioridade penal, criminalizadora da juventude, que ataca os efeitos e não as causas, ainda hoje vigente no Senado, amplamente combatida pelos movimentos de juventude, pelas igrejas, pela CNBB e pela própria Conferência Nacional de Juventude, parte dos aliados conservadores do PFL/DEM que estão como vice na chapa de Serra.
Ao contrário do que vivemos no governo FHC assistimos no governo Lula a uma série de avanços no conjunto das políticas sociais e no diálogo com as organizações populares. Com forte colaboração da ministra Dilma Roussef a juventude brasileira participou de um importante processo de consolidação das políticas de juventude com a criação da Secretaria e do Conselho Nacional da Juventude, a realização da I Conferência Nacional de Políticas Juventude e recente aprovação da PEC da Juventude que assegura no texto da Constituição os/as jovens como sujeitos de direitos. Os próximos passos, que não podem ser ameaçados por um retrocesso, são a consolidação do Estatuto Nacional de Juventude e do Plano Nacional de Juventude.
A juventude católica abaixo-assinada saúda a candidata Dilma Roussef pela sua posição clara em defesa da dignidade humana, em defesa da juventude e compreende que em seu governo assistirá a continuidade de políticas como o PROJOVEM, PROUNI e Praças da Juventude, ao contrário das práticas dos governos de Serra (como prefeito e governador de São Paulo), marcados pelo autoritarismo e pela repressão ao movimento social.
Não podemos nos calar diante da leviana utilização do discurso religioso como forma de ofender a candidata Dilma Roussef. É evidente o respeito de Dilma aos valores cristãos, à unidade na diversidade, a dignidade da pessoa humana e a defesa da juventude. Acreditamos que a sua história se confunde com a luta pela democracia, pela liberdade religiosa e pela liberdade de imprensa. Não podemos acreditar na enxurrada de mentiras divulgadas diariamente com interesse de difamar a candidata.
Precisamos assumir com ousadia o nosso desafio militante e lançarmo-nos numa grande rede contra a mentira e defesa da juventude. Dilma concretiza, na presidência, a opção preferencial que vivemos enquanto comunidade católica na América Latina: a opção por todos e todas, especialmente por aqueles/as que mais precisam, os/as pobres e os/as jovens. Converse com seus colegas, amigos/as, vizinhos/as, colegas de trabalho e comunidade. Acesse o site www.dilma13.com.br e veja a versão verdadeira das muitas mentiras divulgadas pela internet, enfim, vamos as urnas eleger Dilma 13 e continuar nas ruas em trincheira por um Brasil livre, soberano e democrático.
Sou católico, Sou Jovem, Sou Dilma! No dia 31 de outubro vote 13!
Brasil, 18 de outubro de 2010.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A EMBALAGEM É BONITA, MAS FALTA CONTEÚDO


É muito comum em governos de direita, como é o caso do município de Euclides da Cunha, gastar-se uma montanha de recursos públicos com obras de forte impacto visual e deixar de lado o salário e a vida do trabalhador.
Essa é uma técnica impressionista que funciona bastante em localidades onde a grande maioria da população não tem acesso a educação de qualidade, alíás, educação, saúde, segurança, emprego, renda...como é o caso do nosso município.
Uma praça milionária com materiais e artefatos de primeira qualidade, e creche quase milionária com muitas opções para as crianças. Virão mais creches enormes e escola com estrutura européia.
Isso me faz lembrar dos adolescentes irresponsáveis que enganam seus pais utilizando os recursos que recebem para gastar com a faculdade e despesas pessoais, para torrar com carros, roupas, tênis, festas... pensam somente em curtir o presente, mas se esquecem do futuro. Por fora parece que tudo está indo bem, mas o tempo passa e um dia a casa cai.
É mais ou menos isso que está acontecendo em Euclides da Cunha. Nosso dinheiro não está sendo gasto para melhorar a nossa vida, mas para satisfazer caprichos de quem nunca olhou para além do seu umbigo, e interesses de quem sempre sugou o sangue de quem te criou. Um não tem consciência, e ao outro falta escrúpulo.
A situação só não é pior graças a LULA e VAGNER, que colocam a disposição do município vultuosos recursos públicos para gastar-se com calçamentos, casas populares, praca da juventude, anel rodoviário, sistema de esgotamento sanitário, centro de abastecimento, escola técnica, banco do nordeste....São inúmeros os recursos federais e estaduais que chegam ao município por intermédio de lideranças da oposição, de um jeito que nunca aconteceu antes na história deste município. A atual gestão só não calça todas as ruas do município se não quiser, pois os recursos estão à disposição.
Vou repetir o que disse várias vezes em textos anteriores. Não acredito em melhoria das condições de vida que não passe pelo aumento real dos salários e melhoria das condições de trabalho, educação de qualidade, e saúde de qualidade. A atual gestão não vai conseguir isso construindo postos de saúde, escolas de estrutura européia, e arrochando o salário dos funcionários públicos. Precisamos de mais médicos especialistas, agentes comunitários de saúde, enfermeiros, professores, merendeiras, auxiliares de serviços gerais, guardas municipais... precisamos de gente, capacitá-los e pagá-los bem pelo seu trabalho.
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Porco? Porco? Tira esse bicho daí!!!

Porco? Porco? Tira esse bicho daí!!!
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(Chico Villela) Uma piada caipira ouvida na infância, década de 1950, mostra-se de impressionante atualidade.

É curta: um homem roubou um porco, jogou-o nas costas e, já na saída do quintal alheio, foi surpreendido pelo dono, que, de garrucha em punho, exigiu o bicho de volta. O ladrão arregalou os olhos, fez que olhou para trás e berrou: Porco? Porco? Me ajuda, tira esse bicho daí!

Quatro seqüências de fatos desenroladas nos últimos dias, no Chile e no Brasil, comprovam a atualidade da piada. No Chile, uma tragédia rotineira foi transformada pela mídia em show mundial. Mais de trinta mineiros ficaram presos por setenta dias no fundo de uma mina de cobre, no deserto de Atacama. Foram todos salvos.

Como o presidente Sebastián Piñera é um homem sabidamente situado à direita no espectro político, a mídia grande não se dedicou ao tema da angustiosa situação dos trabalhadores das minas chilenas. Todo ano ocorrem algumas dezenas de mortes de mineiros, em razão das condições de trabalho e de segurança nas minas da principal riqueza de exportação do país, o cobre.

Piñera posou de salvador da pátria, titulou-se chefe da operação de resgate, fez-se fotografar ao final colocando a tampa no poço da salvação, foi ao hospital de Copiapó ver os mineiros, deu entrevistas. E o fantasma do homem do porco pairou durante todo o tempo sobre seu governo. Um detalhe de notícia também pairou: a equipe de resgate chegou a ouvir buzinas, aviso da parte dos mineiros de que estavam vivos. Mas muitos interpretaram diferente: “é a alma dos mineiros mortos”. Há muitas almas pelas minas chilenas.

O jornalista Martin Granovski, no jornal Página 12, relata: Mario Castillo [...] lembrava ontem que, quando se iniciou no ofício [de mineiro], soltavam antes de descer para o trabalho um passarinho pelas galerias. Se sobrevivia, é porque havia oxigênio. “Ou fazíamos uma chama e olhávamos sua cor, para saber se havia gases perigosos no ambiente”.

Piñera adiantou para a imprensa a futura criação de “uma cultura de respeito aos trabalhadores”. Nas entrelinhas, pode-se ler que a cultura ainda não existe. Prometeu melhorias nos sistemas de segurança e intensificação da fiscalização das condições de trabalho. Nas entrelinhas, pode-se ler que a fiscalização é falha.

Mais aspas para o presidente: “Isto não é uma mensagem dirigida apenas aos trabalhadores, mas também aos empresários, que terão de investir em segurança”. Já o ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, foi mais incisivo: “[...] o país não pode mais fazer vista grossa aos empresários que acreditam poder expor a vida dos trabalhadores chilenos”. O país não pode… os empresários terão de investir… a nova cultura de respeito resolverá tudo… nem uma palavra sobre a responsabilidade do governo. Porcos!

As outras três seqüências de fatos deram-se por aqui, na Grande São Paulo e Grande Rio, e vêm sendo acompanhadas pela mídia independente, como esta NovaE, e agora (não dá mais pra ignorar, virou escândalo) pela mídia grande. Os fios aos poucos conduzem ao comitê de campanha de José Serra, o Escroto, título nobiliárquico já antigo, ganho pelo candidato em homenagem ao seu caráter. Resumo as questões, já bastante divulgadas.

Um certo sr. ligado e atual presidente da entidade que ainda mantém “vivo” o cadáver do fascismo nacional, o integralismo da década de 1930, encomendou a uma gráfica a impressão de alguns milhões de exemplares de um panfleto difamatório contra Dilma Vana Roussef. O pretenso verdadeiro encomendante foi o bispo de Guarulhos, conhecido por suas posições retrógradas à direita. A gráfica pertence à família Kobayashi, e tem metade de sua propriedade em nome da irmã de Sérgio Kobayashi, coordenador de infra-estrutura da campanha de José Serra, o Escroto e ex-secretário de Comunicações do governo Serra. Como era de se prever, o comitê da campanha de José Serra, o Escroto, negou qualquer ligação com o panfleto. Foi além: alegou desconhecer os fatos.

Em outra seqüência de fatos, o engenheiro conhecido como Paulo Preto (ou seria Paulo afrodescendente?), ex-diretor de Engenharia da Dersa paulista, andou por grandes empresas desde 2008 (grandes obras, como a do Rodoanel de 5 bi, sempre envolvem grandes empresas e grandes verbas) arrecadando fundos para a campanha de José Serra, o Escroto. Muitas empresas contribuíram, num total citado de uns 4 milhões.

O dinheiro sumiu, e Paulo Preto cometeu o crime perfeito: as empresas não podem declarar que deram dinheiro fora do prazo legal da campanha; não há recibos de doação; os pagamentos foram feitos em espécie; ninguém sabe ao certo quanto foi arrecadado; o comitê de campanha não pode levantar a lebre sem grave prejuízo ao candidato; nada pode ser feito contra o inteligente autor da façanha. E o engenheiro Paulo Preto ainda ameaçou o candidato com algo como “não se abandona amigo ferido na estrada”.

José Serra, o Escroto, após negar em debate com Dilma, e várias vezes à imprensa, que sequer conhecesse Paulo Preto, foi forçado a voltar atrás e, dia 12 de outubro, não só reconhecer, como também elogiar a competência do engenheiro, que trabalhou mais de doze anos para governos do PSDB, incluídos quatro anos no Palácio do Planalto como diretor de programa para empresários do governo FHC. Ai do candidato se Paulo Preto resolver exibir seus dotes de trombonista… é uma mina de informação sensível.

Sobre a terceira seqüência, é assunto delicadíssimo. A esposa do candidato José Serra, o Escroto, em campanha na Grande Rio, atacou Dilma acusando-a de “matar crianças” por suas pretensas posições pró-aborto, o que não é verdadeiro. Vestida de vestal, foi despida por ex-aluna bailarina profissional (confirmada por outras ex-alunas) de seu curso de dança & psicologia na Unicamp, na década de 1980.

Mônica Allende Serra fez um aborto no Chile, e durante algumas aulas comentou a influência do fato sobre seu corpo e seu desempenho como bailarina. As circunstâncias eram terríveis, o marido era exilado, a vida era difícil para ambos. Mas foi isso mesmo que indignou sua ex-aluna: a falsificação e a torção de fatos em nome de uma mentira. Mônica Allende Serra não tem sido encontrada para declarações; consta que está no Chile, sua terra natal.

Algum leitor viu por aí uns porcos voando? Chegaram há pouco do Chile…

Os novos pastores

Revista Veja: Os novos pastores
Enviado por Visitantes em 09/07/2006 09:04:35 (5281 leituras)
Pastor Silas MalafaiaCom menos ênfase no sobrenatural e mais investimento em técnicas de auto-ajuda, a nova geração de pregadores evangélicos multiplica o rebanho protestante e aumenta a sua penetração na classe média. Entre estes pregadores, segundo a VEJA, está o pastor Silas Malafaia (foto), um dos nomes mais conhecidos da Assembléia de Deus, que chega a vender, por ano, 1 milhão de DVDs e CDs de pregações de conteúdo motivacional.

A informação foi divulgada pela primeira vez no último mês de maio, para perplexidade dos 320 bispos católicos reunidos na 44ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Indaiatuba, no interior de São Paulo: nas últimas décadas, a Igreja Católica brasileira perdeu nada menos do que 15 milhões de almas, segundo pesquisa de mobilidade religiosa feita pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris). O trabalho, coordenado pela socióloga Sílvia Regina Fernandes, abrangeu cinqüenta municípios brasileiros, sendo 23 capitais, e foi realizado entre agosto e novembro de 2004.

De acordo com o estudo, o primeiro motivo pelo qual o católico vem abandonando a doutrina é a discordância em relação aos seus princípios. O segundo é a sensação de não ser acolhido pela igreja e o terceiro é o fato de não ter encontrado nela apoio para os momentos difíceis. Os resultados da pesquisa do Ceris embutiam um desconcertante corolário: de que, de cada dez ex-católicos, sete se tornaram evangélicos. De 2000, ano do último censo, a 2003, o número de evangélicos brasileiros passou de 15% para quase 18% da população, conforme estudo inédito feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e coordenado pelo economista Marcelo Neri. Em valores absolutos, isso significa dizer que, em três anos, quase 6 milhões de brasileiros aderiram ao protestantismo, que continua crescendo com fôlego renovado graças ao trabalho de uma nova geração de pastores.

Das três grandes correntes evangélicas presentes hoje no Brasil, a neopentecostal é a que mais cresce. Surgida na década de 70, ela teve como principais expoentes pregadores como o pastor Romildo Ribeiro Soares, conhecido como R.R. Soares, e o bispo Edir Macedo. Juntos, eles fundaram a Universal do Reino de Deus e lotaram estádios com seus brados de cura e suas performances exorcistas. Eram tempos muito diferentes para os evangélicos: no início dos anos 90, eles não passavam de 9% da população brasileira. Na tentativa, então, de abrir portas para o neopentecostalismo nascente, alguns pastores acabaram por arrombá-las.

Um dos episódios mais famosos ocorreu em 1995, durante a transmissão do programa Despertar da Fé, na TV Record. Para salientar a diferença entre os evangélicos e os "adoradores de imagem" católicos, o pastor Sergio von Helde, da Universal do Reino de Deus, desferiu socos e pontapés em uma estátua de Nossa Senhora Aparecida. A cena foi ao ar no dia 12 de outubro, data que os católicos devotam à santa, e ganhou tamanha repercussão que, quatro dias depois, o bispo Edir Macedo foi obrigado a ir à TV pedir desculpas públicas aos católicos. Embora Macedo continue a ocupar o posto de líder máximo da Universal e R.R. Soares, hoje líder de uma igreja dissidente, mantenha no ar seu programa religioso há mais de 25 anos, ambos os religiosos pertencem a uma geração passada. Na pregação das novas estrelas evangélicas não há espaço para destruição de santos ou descrições sobre o apocalipse e o demônio. O Deus que pregam os telepastores da segunda geração não tem na ira sua característica principal. Tampouco cultiva o hábito de espreitar as carteiras de fiéis à procura de tostões secretamente sonegados, como sugeriam, ameaçadores, muitos dos pastores antigos, defensores da tese de que uma boa graça tem seu preço.

A nova geração de líderes evangélicos achou um caminho muito mais certeiro e útil de chegar ao coração dos fiéis: o da auto-ajuda. A promessa é a mesma que ofereciam pentecostais e neopentecostais da geração passada: o da felicidade e prosperidade aqui e agora. Só que, para alcançá-las, os novos pastores sugerem outras ferramentas: além da fé, o bom senso; somado à intervenção divina, o esforço individual. "O discurso atual dá mais ênfase ao pragmatismo e à pró-atividade do fiel do que ao sobrenatural", avalia o pesquisador da PUC-SP Adilson José Francisco. "Em vez de pregar, como fazem algumas igrejas, a libertação de todos os males por meio do exorcismo, por exemplo, esses pastores adotam alguns conceitos da psicologia: para se livrar dos problemas, é preciso uma mudança de atitude, na maneira de ver o mundo", explica o antropólogo Flávio Conrado, pesquisador do Instituto de Estudos da Religião.

Um indicativo claro dessa transformação está na comparação da produção literária dos velhos e dos novos pastores. Títulos como A Fé de Abraão ou Estudo do Apocalipse, assinados pelo bispo Edir Macedo, abrem lugar nas prateleiras das livrarias evangélicas para obras com títulos como Jamais Desista! , do pastor metodista Silmar Coelho, ou Vencendo Obstáculos e Conquistando Vitórias, de autoria de Silas Malafaia. Um dos nomes mais conhecidos da Assembléia de Deus, o Revista Veja - Edição 1964pastor Malafaia chega a vender, por ano, 1 milhão de DVDs e CDs de pregações de conteúdo motivacional. Em seus discursos, as parábolas bíblicas dão lugar à objetividade de um Lair Ribeiro. Conflito amoroso? "Vem cá, minha filha: o sujeito é bonitão e sarado, mas não trabalha nem estuda? Então, fica com o magrinho narigudo que é melhor! Ele pode ser feio mas é trabalhador", brada o pastor. Perda de emprego? "Meu amigo, você ganhava 700 reais e viu abrir uma porta de 300 reais? Mete a cara! Não fica dizendo que Deus está olhando, que vai abrir uma porta melhor... Deus tá vendo o quê, rapaz? Vai trabalhar!" "Os neopentecostais pregam o faça-você-mesmo", afirma o historiador e especialista em religiões da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Eduardo Bastos de Albuquerque. "E, muitas vezes, a técnica funciona. Ao deixar de beber, fumar, brigar dentro de casa e ao passar a trabalhar, o fiel alcança, de fato, uma melhoria de vida."

Para o sociólogo Ricardo Mariano, da PUC do Rio Grande do Sul, o sucesso do discurso dos novos pastores está diretamente relacionado ao que ele chama de "desencanto" dos fiéis em relação à idéia da "barganha" com Deus proposta pelos antigos pregadores. "Há certa decepção com esse discurso fácil de que bastaria dar o dízimo e orar que Deus deixaria todo mundo feliz, vitorioso e saudável", diz. O sociólogo chama ainda atenção para o fato de que, ao enfatizarem a importância da racionalidade em detrimento da magia, os novos pastores estão mirando um segmento que, embora ainda incipiente, começa a crescer: o dos fiéis de classe média.

As últimas pesquisas indicam que a maior parte dos evangélicos ainda pertence às classes econômicas mais pobres. O estudo "Retratos das religiões no Brasil", divulgado no ano passado pela FGV, mostra que, enquanto o porcentual de evangélicos em todo o país, em 2000, era de 15%, na periferia das regiões metropolitanas ele chegava a 20%. Na comparação com fiéis de outras religiões, a situação socioeconômica dos evangélicos também é desfavorável. Em média, eles ganham 7% a menos do que os trabalhadores católicos, diz a pesquisa. Alguns indícios, no entanto, sugerem que as igrejas evangélicas começam a penetrar de forma mais intensa nas classes econômicas mais altas. A formação dos próprios pregadores é um desses indicativos.

O decano R.R. Soares, por exemplo, é filho de pedreiro, não tem curso superior e, antes de ingressar na carreira religiosa, era comerciante, assim como Edir Macedo. Dos cinco pastores da nova geração ouvidos por VEJA, quatro têm curso superior e dois deles possuem pós-graduação: Malafaia, da Assembléia de Deus, é teólogo e psicólogo; Rinaldo de Seixas Pereira, da Bola de Neve Church, é formado em propaganda e marketing, com pós-graduação em marketing; Silmar Coelho, da Igreja Metodista Wesleyana, é teólogo, com doutorado em teologia e liderança; e Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra, é físico, com especialização em ressonância magnética nuclear.

A qualificação desses novos pregadores não contribuiu apenas para que eles modernizassem seus discursos, mas, em alguns casos, para que aprimorassem técnicas de gerenciamento de suas igrejas também. O conceito de segmentação está presente nos espaços e eventos dedicados ao público jovem da igreja Sara Nossa Terra. "Dar um tratamento diferenciado a jovens ou idosos é uma preocupação que não existe nas igrejas evangélicas mais antigas", diz o professor e pesquisador da Universidade de Brasília Rogério Rodrigues da Silva.

Os evangélicos são hoje o grupo religioso que mais cresce no Brasil – e nada indica que isso vá mudar. Basta ver a rapidez com que a igreja cria novas lideranças. Atualmente, o número de pastores evangélicos por fiel é dezoito vezes maior que a proporção de padres por católico. Enquanto a Igreja Católica não consegue ordenar mais do que 900 padres por ano, só um único instituto evangélico de São Paulo forma, no mesmo período, 200 pastores. O sucesso da doutrina, a facilidade de comunicação com os fiéis e a eficiência na gestão das igrejas permitem vislumbrar templos evangélicos cada vez mais cheios. Projeção feita pelo economista Marcelo Neri indica que em 2015 mais de 20% da população brasileira será evangélica. É o rebanho cada vez mais satisfeito com o que lhe proporciona sua fé.

Leia a matéria completa na Revista Veja - Edição 1964 . 12 de julho de 2006

domingo, 17 de outubro de 2010

Serra e sua mulher devem à ‘platéia’ uma explicação

16/10/2010


  Folha
Deve-se considerar a opção religiosa e a intimidade de alguém no momento da escolha de um chefe de Estado? Pensando melhor, adie-se a pergunta.

Comece-se de outro modo: o debate beato que tomou conta da cena eleitoral injetou em 2010 um quê de inquisição.

Serra viu na dubiedade de Dilma uma avenida de oportunidades. Chamou-a de “duas caras”.

Ontem incrédula, hoje cristã. Antes pró-descriminalização do aborto, agora contra.

Súbito, Monica Serra, a mulher do candidato tucano, mirou abaixo da linha da cintura.

Há um mês, num evento de campanha realizado na Baixada Fluminense, Monica disse que Dilma é a favor de “matar criancinhas”.

Veiculada pela ‘Agência Estado’, a frase de Monica não foi desmentida. Dilma esfregou a declaração na face de Serra.

Deu-se no debate de domingo passado. Serra poderia ter ecoado a mulher. Poderia também tê-la desdito. Preferiu o silêncio.

Mal comparando, o lero-lero da morte de “criancinhas” evocou 1989, o ano em que Collor trouxe para o centro da arena eleitoral Lurian.

Logo se descobriria que Collor escondia, ele próprio, um segredo. Patrocinou a acusação de que Lula propusera o aborto a uma antiga namorada...

...E recusava-se a reconhecer filho gerado fora do casamento. Collor negava-lhe o sobrenome da família.

Pois bem. Surge agora a informação de que a psicóloga Monica Serra também teria ceifado a vida de uma “criancinha”.

Em notícia levada às págins da Folha, a repórter Mônica Bergamo conta o seguinte:

1. A mulher de Serra ministrava, em 1992, um curso de dança na Unicamp. Ex-alunas de Mônica dizem ter ouvido dela a revelação de que fez um aborto.

2. Quando? Na época em que vivia com Serra no Chile. No dia seguinte ao debate de Dilma com Serra, uma das ex-alunas de Mônica foi ao Facebook.

3. Chama-se Sheila Canevacci Ribeiro. É bailarina. Tem 37 anos. Ficou abespinhada com o silêncio de Serra. Levou sua “indignação” ao sítio de relacionamento.

4. Escreveu que Serra, por “escorregadio”, desrespeitou "tantas mulheres, começando pela sua própria mulher. Sim, Monica Serra já fez um aborto".

5. Prosseguiu: "Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o seu aborto traumático".

6. Perguntou: "Devemos prender Monica Serra caso seu marido fosse [sic] eleito presidente?" A mensagem correu a web. A repórter da Folha foi ouvir Sheila. E ela confirmou “cem por cento” o teor de seu texto.

7. No primeiro turno, Sheila votou em Plínio de Arruda Sampaio. No segundo, votaria em Dilma. Mas estará no Líbano, onde fará uma performance.

8. Sheila é filha da socióloga Majô Ribeiro, ex-aluna de mestrado, na USP, de Eva Blay, suplente de Fernando Henrique Cardoso no Senado em 1993.

9. Militante feminista, Majô foi pesquisadora do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero da USP, fundado por Ruth Cardoso (1930-2008).

10. Ouvida, Majô se disse "preocupada" com a revelação da filha. Mas disse tê-la criado para "ser uma mulher livre". Acha que Sheila "agiu como cidadã".

11. A reportagem traz também declarações de uma colega de classe de Sheila nas aulas de dança da ex-professora Monica Serra.

12. Sob o compromisso do anonimato, a colega contou: Nas aulas da mulher de Serra, as alunas costumavam sentar-se em círculos.

13. Sob atmosfera de intimidade, Monica explicava como os traumas da vida alteram os movimentos do corpo e se refletem na vida cotidiana.

14. Era nesses momentos, segundo ela, que profressora e alunas compartilhavam suas experiências de vida. Nessas aulas, Monica teria falado sobre o aborto.

15. Segundo a ex-aluna, Monica disse que fez o aborto por causa da ditadura. Por quê? O futuro dela e do marido Serra era muito incerto. Grávida, sentiu-se em situação vulnerável.

16. Ouça-se agora mais um pouco de Sheila: "Ela não confessou. Ela contou. Não sou uma pessoa denunciando coisas. Mas [ela é] uma pessoa pública, que fala em público que é contra o aborto, é errado. Ela tem uma responsabilidade ética".

Retorne-se à pergunta inicial: Deve o eleitor considerar a opção religiosa e as vicissitudes íntimas de alguém no momento da escolha de um presidente da República?

Em condições normais, a resposta seria um sonoro “não”. Busca-se um presidente, não um santo. Porém...

Porém, ao servirem-se do discurso carola para desqualificar Dilma, Serra e Monica tornaram-se devedores de uma boa e consistente explicação.

Procurada por dois dias, a mulher de Serra não respondeu à reportagem. A assessoria de Monica alegou que ela viajara para o Chile e estaria ilocalizável. “Não há como responder”, informou-se, por e-mail. Pena.

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sábado, 16 de outubro de 2010

NÃO HOUVE MELHORA NA VIDA DO CIDADÃO EUCLIDENSE

Não considero que haja avanço quando a vida do cidadão não melhora.
A melhora na vida do trabalhador acontece com a melhoria das condições de trabalho, de salários e banefícios. Além disso, acesso amplo à saúde e educação de qualidade para os seus filhos. Se formos analisar o governo da atual gestão municipal por este lado, o mesmo figurará entre os piores de todos os tempos.
A prefeitura dá um péssimo exemplo, ao não cumprir com a promessa de campanha de implantação do plano de cargos e salários. O funcionário público municipal de Euclides da Cunha ganha muito mal e é desrespeitado pela atual gestão, que nem sequer toca no assunto e ainda pressiona para intimidar. O sindicato trava uma luta contra o medo que sufoca grande parte dos funcionários, mesmo assim seus líderes não abaixam a cabeça e enfrentam toda tirania que reina no comando da atual gestão.
O funcionalismo público é tradicionalmente responsável pelas melhoras alcançadas pelo povo brasileiro, mas para isso foi preciso enfrentar as ditaduras e os coronéis.
Enquanto isso, a atual gestão aproveita o déficit salarial dos seus funcionários para embelezar a cidade e fazer propaganda.
Pongando nas obras de LULA e VAGNER, que realmente melhoram a vida do Euclidense.
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

SERRA NÃO FALA A VERDADE!

O Hino Nacional diz em alto e bom tom (ou som, como preferir) que “um filho seu não foge à luta”. Tanto Serra como Dilma eram militantes estudantis, em 1964, quando os militares, teimosos e arrogantes, resolveram dar o mais besta dos golpes militares da desgraçada história brasileira. Com alguns tanques nas ruas, muitas lideranças, covardes, medrosas e incapazes de compreender o momento histórico brasileiro, “colocaram o rabinho entre as pernas” e foram para o Chile, França, Canadá, Holanda. Viveram o status de exilado político durante longos 16 anos, em plena mordomia, inclusive com polpudos salários. Foi nas belas praias do Chile, que José Serra conheceu a sua esposa, Mônica Allende Serra, chilena.
Outras lideranças não fugiram da luta e obedeceram ao que está escrito em nosso Hino Nacional. Verdadeiros heróis, que pagaram com suas próprias vidas, sofreram prisões e torturas infindáveis, realizaram lutas corajosas para que, hoje, possamos viver em democracia plena, votar livremente, ter liberdade de imprensa.
Nesse grupo está Dilma Rousseff. Uma lutadora, fiel guerreira da solidariedade e da democracia. Foi presa e torturada. Não matou ninguém, ao contrário do que informa vários e-mails clandestinos que circulam Brasil afora.
Não sou partidário nem filiado a partido político. Mas sou eleitor. Somente por estes fatos, José Serra fujão, e Dilma Rousseff guerreira, já me bastam para definir o voto na eleição presidencial de 2010. Detesto fujões, detesto covardes!
Pedro Bial, jornalista.


SINSPEC LEMBRA O DIA DO PROFESSOR .

 (Dia do professor)

As bolas de papel na cabeça,
Os inúmeros diários para se corrigir,
As críticas, as noites mal dormidas...
Tudo isso não foi o suficiente
Para te fazer desistir do teu maior sonho:
Tornar possíveis os sonhos do mundo.

Que bom que esta tua vocação
Tem despertado a vocação de muitos.
Parece injusto desejar-te um feliz dia dos professores,
Quando em seu dia-a-dia
Tantas dificuldades acontecem.
A rotina é dura, mas você ainda persiste.
Teu mundo é alegre, pois você
Consegue olhar os olhos de todos os outros
E fazê-los felizes também.

Você é feliz, pois na tua matemática de vida,
Dividir é sempre a melhor solução.
Você é grande e nobre, pois o seu ofício árduo lapida
O teu coração a cada dia,
Dando-te tanto prazer em ensinar.

Homenagens, frases poéticas,
Certamente farão parte do seu dia a dia,
E quero de forma especial, relembrar
A pessoa maravilhosa que você é
E a importância daquilo do seu ofício.
É por isto que você merece esta homenagem
Hoje e sempre, por aquilo que você é
E por aquilo que você faz.

Felicidades !!!
Autor: (Desconhecido)
Fonte: (Arte e Educação)


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domingo, 10 de outubro de 2010

DEZ FALSOS MOTIVOS PARA NÃO VOTAR NA DILMA

08/10/2010

Dez falsos motivos para não votar na Dilma

*Por Jorge Furtado, cineasta
Do http://www.casacinepoa.com.br/
Tenho alguns amigos que não pretendem votar na Dilma, um ou outro até diz que vai votar no Serra. Espero que sigam sendo meus amigos. Política, como ensina André Comte-Sponville, supõe conflitos: “A política nos reúne nos opondo: ela nos opõe sobre a melhor maneira de nos reunir”. Leio diariamente o noticiário político e ainda não encontrei bons argumentos para votar no Serra, uma candidatura que cada vez mais assume seu caráter conservador. Serra representa o grupo político que governou o Brasil antes do Lula, com desempenho, sob qualquer critério, muito inferior ao do governo petista, a comparação chega a ser enfadonha, vai lá para o pé da página, quem quiser que leia. (1)

Ouvi alguns argumentos razoáveis para votar em Marina, como incluir a sustentabilidade na agenda do desenvolvimento. Marina foi ministra do Lula por sete anos e parece ser uma boa pessoa, uma batalhadora das causas ambientalistas. Tem, no entanto (na minha opinião) o inconveniente de fazer parte de uma igreja bastante rígida, o que me faz temer sobre a capacidade que teria um eventual governo comandado por ela de avançar em questões fundamentais como os direitos dos homossexuais, a descriminalização do aborto ou as pesquisas envolvendo as células tronco.
Ouço e leio alguns argumentos para não votar em Dilma, argumentos que me parecem inconsistentes, distorcidos, precários ou simplesmente falsos. Passo a analisar os dez mais freqüentes:
1. “Alternância no poder é bom”.
Falso. O sentido da democracia não é a alternância no poder e sim a escolha, pela maioria, da melhor proposta de governo, levando-se em conta o conhecimento que o eleitor tem dos candidatos e seus grupo políticos, o que dizem pretender fazer e, principalmente, o que fizeram quando exerceram o poder. Ninguém pode defender seriamente a idéia de que seria boa a alternância entre a recessão e o desenvolvimento, entre o desemprego e a geração de empregos, entre o arrocho salarial e o aumento do poder aquisitivo da população, entre a distribuição e a concentração da riqueza. Se a alternância no poder fosse um valor em si não precisaria haver eleição e muito menos deveria haver a possibilidade de reeleição.
2. “Não há mais diferença entre direita e esquerda”.
Falso. Esquerda e direita são posições relativas, não absolutas. A esquerda é, desde a sua origem, a posição política que tem por objetivo a diminuição das desigualdades sociais, a distribuição da riqueza, a inserção social dos desfavorecidos. As conquistas necessárias para se atingir estes objetivos mudam com o tempo. Hoje, ser de esquerda significa defender o fortalecimento do estado como garantidor do bem-estar social, regulador do mercado, promotor do desenvolvimento e da distribuição de riqueza, tudo isso numa sociedade democrática com plena liberdade de expressão e ampla defesa das minorias. O complexo (e confuso) sistema político brasileiro exige que os vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar, sem a qual o país se torna ingovernável. A candidatura de Dilma tem o apoio de políticos que jamais poderiam ser chamados de “esquerdistas”, como Sarney, Collor ou Renan Calheiros, lideranças regionais que se abrigam principalmente no PMDB, partido de espectro ideológico muito amplo. José Serra tem o apoio majoritário da direita e da extrema-direita reunida no DEM (2), da “direita” do PMDB, além do PTB, PPS e outros pequenos partidos de direita: Roberto Jefferson, Jorge Borhausen, ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Roberto Freire, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, Joaquim Roriz, Marconi Pirilo, Ronaldo Caiado, Katia Abreu, André Pucinelli, são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra. Comparado com Agripino Maia ou Jorge Borhausen, José Sarney é Che Guevara.
3. “Dilma não é simpática”(?).
Argumento precário e totalmente subjetivo. Precário porque a simpatia não é, ou não deveria ser, um atributo fundamental para o bom governante. Subjetivo, porque o quesito “simpatia” depende totalmente do gosto do freguês. Na minha opinião, por exemplo, é difícil encontrar alguém na vida pública que seja mais antipático que José Serra, embora ele talvez tenha sido um bom governante de seu estado. Sua arrogância com quem lhe faz críticas, seu destempero e prepotência com jornalistas, especialmente com as mulheres, chega a ser revoltante.
4. “Dilma não tem experiência”.
Argumento inconsistente. Dilma foi secretária de estado, foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, fez parte do conselho da Petrobras, gerenciou com eficiência os gigantescos investimentos do PAC, dos programas de habitação popular e eletrificação rural. Dilma tem muito mais experiência administrativa, por exemplo, do que tinha o Lula, que só tinha sido parlamentar, nunca tinha administrado um orçamento, e está fazendo um bom governo.
5. “Dilma foi terrorista” (foi contra os assassinos).
Argumento em parte falso, em parte distorcido. Falso, porque não há qualquer prova de que Dilma tenha tomado parte de ações “terroristas”. Distorcido, porque é fato que Dilma fez parte de grupos de resistência à ditadura militar, do que deve se orgulhar, e que este grupo praticou ações armadas, o que pode (ou não) ser condenável. José Serra também fez parte de um grupo de resistência à ditadura, a AP (Ação Popular), que também praticou ações armadas, das quais Serra não tomou parte. Muitos jovens que participaram de grupos de resistência à ditadura hoje participam da vida democrática como candidatos. Alguns, como Fernando Gabeira, participaram ativamente de seqüestros, assaltos a banco e ações armadas. A luta daqueles jovens, mesmo que por meios discutíveis, ajudou a restabelecer a democracia no país e deveria ser motivo de orgulho, não de vergonha.
6. “As coisas boas do governo petista começaram no governo tucano” (mentira).
Falso. Todo governo herda políticas e programas do governo anterior, políticas que pode manter, transformar, ampliar, reduzir ou encerrar. O governo FHC herdou do governo Itamar o real, o programa dos genéricos, o FAT, o programa de combate a AIDS. Teve o mérito de manter e aperfeiçoá-los, desenvolvê-los, ampliá-los. O governo Lula herdou do governo FHC, por exemplo, vários programas de assistência social. Teve o mérito de unificá-los e ampliá-los, criando o Bolsa Família. De qualquer maneira, os resultados do governo Lula são tão superiores aos do governo FHC que o debate “quem começou o quê” torna-se irrelevante.
7. “Serra vai moralizar a política” (ridículo).
Argumento inconsistente. Nos oito anos de governo tucano-pefelista - no qual José Serra ocupou papel de destaque, sendo escolhido para suceder FHC - foram inúmeros os casos de corrupção, um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”. Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, todas sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. O procurador da república ficou conhecido com “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos. O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, hoje apóia José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, não indicam que um eventual governo Serra poderia ser mais eficiente no combate à corrupção do que seria um governo Dilma, ao contrário.
8. “O PT apóia as FARC” (mais ridículo ainda).
Argumento falso. É fato que, no passado, as FARC ensaiaram uma tentativa de institucionalização e buscaram aproximação com o PT, então na oposição, e também com o governo brasileiro, através de contatos com o líder do governo tucano, Arthur Virgílio. Estes contatos foram rompidos com a radicalização da guerrilha na Colômbia e nunca foram retomados, a não ser nos delírios da imprensa de extrema-direita. A relação entre o governo brasileiro e os governos estabelecidos de vários países deve estar acima de divergências ideológicas, num princípio básico da diplomacia, o da auto-determinação dos povos. Não há notícias, por exemplo, de capitalistas brasileiros que defendam o rompimento das relações com a China, um dos nossos maiores parceiros comerciais, por se tratar de uma ditadura. Ou alguém acha que a China é um país democrático?
9. “O PT censura a imprensa” (mentira, a imprensa que o censura).
Argumento falso. Em seus oito anos de governo o presidente Lula enfrentou a oposição feroz e constante dos principais veículos da antiga imprensa. Esta oposição foi explicitada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que declarou que seus filiados assumiram “a posição oposicionista (sic) deste país”. Não há registro de um único caso de censura à imprensa por parte do governo Lula. O que há, frequentemente, é a queixa dos órgãos de imprensa sobre tentativas da sociedade e do governo, a exemplo do que acontece em todos os países democráticos do mundo, de regulamentar a atividade da mídia.
10. “Os jornais, a televisão e as revistas falam muito mal da Dilma e muito bem do Serra”.
Isso é verdade. E mais um bom motivo para votar nela e não nele.
FATOS MUITO IMPORTANTES:
(1) Alguns dados comparativos dos governos FHC e Lula.
Geração de empregos:
FHC/Serra = 780 mil x Lula/Dilma = 12 milhões
Salário mínimo:
FHC/Serra = 64 dólares x Lula/Dilma = 290 dólares
Mobilidade social (brasileiros que deixaram a linha da pobreza):
FHC/Serra = 2 milhões x Lula/Dilma = 27 milhões
Risco Brasil:
FHC/Serra = 2.700 pontos x Lula/Dilma = 200 pontos
Dólar:
FHC/Serra = R$ 3,00 x Lula/Dilma = R$ 1,78
Reservas cambiais:
FHC/Serra = 185 bilhões de dólares negativos x Lula/Dilma = 239 bilhões de dólares positivos.
Relação crédito/PIB:
FHC/Serra = 14% x Lula/Dilma = 34%
Produção de automóveis:
FHC/Serra = queda de 20% x Lula/Dilma = aumento de 30%
Taxa de juros:
FHC/Serra = 27% x Lula/Dilma = 10,75%
(2) Elio Gaspari, na Folha de S.Paulo de 25.07.10:
José Serra começou sua campanha dizendo: "Não aceito o raciocínio do nós contra eles", e em apenas dois meses viu-se lançado pelo seu colega de chapa numa discussão em torno das ligações do PT com as Farc e o narcotráfico. Caso típico de rabo que abanou o cachorro. O destempero de Indio da Costa tem método. Se Tupã ajudar Serra a vencer a eleição, o DEM volta ao poder. Se prejudicar, ajudando Dilma Rousseff, o PSDB sairá da campanha com a identidade estilhaçada. Já o DEM, que entrou na disputa com o cocar do seu mensalão, sairá brandindo o tacape do conservadorismo feroz que renasceu em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos.
*Um dos mais respeitados cineastas brasileiros, Jorge Alberto Furtado, 51 anos, trabalhou como repórter, apresentador, editor, roteirista e produtor. Já realizou mais de 30 trabalhos como roteirista/diretor e recebeu 13 premiações dentre os quais, o Prêmio Cinema Brasil, em 2003, de melhor diretor e de melhor roteiro original do longa O homem que copiava.

MOTIVOS PARA NÃO VOTAR NO SERROTE...

Paulo disse:
ALGUNS MOTIVOS PARA EU NÃO VOTAR NO JOSÉ SERRA:
- No governo de Fernando Henrique Cardoso do qual José Serra fez parte, a perda salarial do trabalhador chegou a quase 20%.
- No governo de Fernando Henrique Cardoso do qual José Serra fez parte a taxa de desemprego cresceu quase 10%.
- No governo de FHC do qual José Serra fez parte o Brasil teve o maior número de analfabetos da América Latina (17,6 milhões de pessoas analfabetas).
- Com relação à Renda, no plano Real de FHC do qual José Serra fez parte o número de pobres aumentou mais de 3 milhões na sociedade brasileira.
- No final do mandato de FHC do qual José Serra fez parte a taxa de homicídios entre jovens cresceu 202,9%(dados da ONU). Entre os 60 países mais perigosos do mundo, o Brasil só perdia para Colômbia e Porto Rico em nº de jovens assassinados. Fruto da desigualdade social criada pelo governo FHC do qual José Serra fez parte.
- O programa Bolsa-Escola do segundo mandato de FHC do qual José Serra fez parte pagava R$ 15 para cada criança na escola; onde foi considerada uma vergonha pela UNESCO.
- No governo de Fernando Henrique Cardoso do qual José Serra fez parte criaram-se inúmeras faculdades particulares em seus oito anos de mandato, a maioria delas de qualidade questionável. No Provão a maioria dos alunos dos cursos superiores tiraram nota inferior a 5, numa escala de 0 a 10. Em seu governo o Brasil ficou em último lugar no exame do PISA(Programa Internacional de Avaliação de Alunos). – No governo FHC do qual José Serra era ministro da saúde, nós tivemos a maior epidemia de Dengue da História do Brasil, onde foram registrados 736 mil casos, com 134 mortes no país. Além do agravamento de outras doenças como a Hanseníase e a Leishmaniose.
- No governo de Fernando Henrique Cardoso do qual José Serra fez parte, a reforma agrária nunca saiu do papel de verdade. Foi no seu governo que houve os dois maiores massacres da história brasileira no meio rural: Em Corumbiara (RO) onde alguns sem-terra foram mortos covardemente por policiais com tiros na nuca e nas costas (dados segundo exames feitos por legistas). E o conflito de Eldorado do Carajás (PA), onde a mando do governador Almir Gabriel (PSDB), 19 sem-terra foram executados.
- No governo de Fernando Henrique Cardoso do qual José Serra fez parte foram registrados e ainda estão sob processo, nada menos que 45 denúncias de corrupção e escândalos, como: A compra de parlamentares para aprovação de emenda constitucional que autoriza a reeleição; e o favorecimento de grupos financeiros e empreiteiras na aquisição de algumas estatais. Além do escândalo do SIVAN, a farra do PROER e os desvios da SUDENE. Na época o então senador José Serra e outros foram acusados de pedir propina de R$ 15 milhões a título de Fundo de Pensão ao grupo Benjamim na venda da Vale do Rio Doce, bem como de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.
- O governo de Fernando Henrique Cardoso do qual José Serra fez parte houve o maior programa de privatização de empresas estatais brasileiras, como: Embraer, Telebrás, Vale do Rio Doce e outras, dilapidando o Patrimônio Nacional e gerando uma onda de desemprego sem precedentes.
É POR ESTAS E OUTRAS RAZÕES QUE NÃO CABEM NUM SÓ PAPEL QUE EU DECIDIDAMENTE NÃO VOTO NESTE DITADOR EMBUSTIDO DE PSEUDO-DEMOCRATA.
FONTES: IBGE, PNAD, ONU, UNESCO, MINISTÉRIO DA SAÚDE, MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO, SECRETARIA ESPECIAL DOS DIREITOS HUMANOS, BRASIL ESCOLA-GOVERNO FHC.

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