quarta-feira, 25 de agosto de 2010

"Servilino", o servidor público capacho


O Servilino é um pobre de espírito. Parente do servidor público decente, Servilino é o servidor que se agacha a qualquer decisão do chefe. Ele o faz a todo o instante, pois tudo o que anseia é entrar pro nucleozinho de “poder” no órgãozinho público onde consome sua medíocre existência com ares de grande triunfo.

Mesmo que sua repartição esteja um verdadeiro caos, por causa da incompetência administrativa de seu chefe, a ponto de prejudicar o trabalho do próprio Servilino, este se finge de cego; sequer tem coragem de pedir soluções aos superiores.

O motivo é um só: Servilino tem medo de desagradá-lo (ao chefe) e ver naufragar seu sonho de chegar ao nucleozinho local/municipal de poder. Ou ao menos vir a receber uma gratificaçãozinha extra.

Mesmo que seu cargo seja estável, Servilino vive a se calar diante dos piores atos e não-atos do chefe. Nada há que o faça recuperar a voz. Às vezes ele se olha no espelho e lamenta a própria covardia. Quanto mais velho fica, mais o sentimento de vergonha aumenta, já que Servilino é casado, tem até filhos, dos quais procura esconder inutilmente seu histórico servilismo.

Quanto menos o Servilino incomodar o chefe incompetente ou corrupto – pensa ele - mais o chefe vai gostar dele e, quem sabe, promovê-lo ao nucleozinho de poder local/municipal. Se puder, dá uma ajudazinha ao chefe em suas inconfessáveis intenções, mesmo que essas venham a prejudicar os colegas de setor do Servilino. Ele não está nem aí.

Servilino vende a alma ao diabo para se "dar bem" porque é um incompetente ou bandido igual ao chefe. Seu sentido de ética, altivez, sua vergonha na cara (se é que os teve um dia) foram pro espaço junto com sua auto-estima. Sim, porque o Servilino não se gosta nem se respeita.

O Servilino faz qualquer coisa para diminuir seu complexo de inferioridade, sem se dar conta de que, quanto mais quer bancar o superior, mais evidente fica sua barriga de cobra, como quando consegue um naco de poder e passa a tratar os antigos colegas com superioridade e desprezo.

Servilino é um puxa-saco viscoso, rastejante. Ciente disso, ele procura não demonstrar suas características ostensivamente na frente de sua mulher, com receio de que ela venha a trocá-lo por um sujeito mais altivo, mais “homem”.

Servilino, no fundo, odeia a profissão que escolheu. Ele tem raiva da própria vida, que, pouco a pouco, transformou-o numa sombra triste de seus planos juvenis.

Depois de tantas decepções, Servilino resolveu esconder sua nulidade, tornando-se um cínico carreirista, maquiavélico. Foi o papel que lhe restou, o único no qual consegue ter a sensação de que detém algum poder, de que faz "alguma diferença" da vida.

Ele não acredita mais em conceitos como "moralidade pública", pois, dentro da lei, ele se sente um "nada". Ele só se transforma em "alguém" quando consegue "enganar a lei" e passar para trás as pessoas que têm mérito e maior formação do que ele, Servilino.

Ao Servilino, um despreparado, sobrou apenas o papel de agradar e satisfazer ao chefe perverso, para continuar "a ser aceito e a ter valor". É um patético.

Há Servilinos de vários níveis. Letrados e iletrados. Os iletrados são igualmente oportunistas. Diante de um funcionário altivo que tenha se confrontado com o chefão em nome de uma boa causa, até a moça do cafezinho, puxa-saco do chefão, assume as dores deste e passa a tratar aquele funcionário com descaso, inclusive sonegando-lhe a garrafa de café, gesto, claro, que o chefão aprova.

Dia do Motoqueiro 27/07/2010

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