terça-feira, 21 de setembro de 2010

O Dia 03 de Agosto de 2010 foi marcado por um acontecimento histórico para os servidores públicos de Ribeira do Amparo.



Cansados de tentar negociar com a administração pública, os servidores de Ribeira do Amparo, cidade situada no semiárido baiano, fez nessa terça feira dia 03 de agosto, um manifesto público e paralisação de advertência, buscando chamar a atenção do gestor para os problemas dos servidores públicos.
O Evento contou com a presença de diversas lideranças sindicais, a exemplo do assessor especial do presidente da Força Sindical Nacional, dos representantes dos Sindicatos de Canudos, Tucano, Cipó e dos Rodoviários da Bahia, bem como a presença da Força Sindical e da UNISIND – União dos Sindicatos do Semiárido baiano e ainda com a presença de três vereadores locais que foram prestar seu apoio aos servidores e ao SISPRA – Sindicato dos Servidores Públicos de Ribeira do Amparo.
Durante o evento foi discutido sobre a falta de respeito do Prefeito, que se recusa a receber o sindicato para discutir sobre reajuste salarial, adicionais de insalubridade e noturno, respeito aos direitos dos trabalhadores, entre outras reivindicações. Os manifestantes saíram em passeata pelas ruas de Ribeira, tocando musicas de protestos e repetindo palavras de ordem, com paradas estratégicas em frente às secretarias municipais, em frente a casa do prefeito e em seguida em frente a prefeitura onde foram feitos vários discursos e palavras de ordem sobre o comportamento do gestor.
A manifestação recebeu a cobertura das Rádios Tucano FM através do programa Tucano Verdade, a Radio Regional AM de Cícero Dantas, A Radio Pombal FM de Ribeira do Pombal e Milenium FM de Caldas de Cipó.
O que mais chamou a atenção das lideranças sindicais é o fato do prefeito não dá a mínima para a cidade, mas pode se verificar que enquanto a cidade está entregue, a sua residência, parece mais a mansão do Big Brother Brasil, totalmente protegida por enormes muros e câmeras de segurança.
Ao final das atividades ficou definido que se até o dia 17 do corrente mês não houver sinalização positiva por parte do prefeito, será feita uma nova paralisação e dessa vez com indicativo de ocupação da prefeitura por tempo indeterminado.



Precisamos mais do que praças e asfalto

Ontem à noite recebi uma ligação de Euclides da Cunha do meu amigo Zezé Bastos, que disse como ficou bonito o centro da cidade com a inauguração de praças e com a colocação do asfalto na Avenida Ruy Barbosa. Falou-me também, sobre a fonte luminosa no jardim, com sua “Dança das Águas”.  
Disse-lhe que ficava contente em saber que pelo menos alguma coisa de positivo estava sendo feito no nosso Município, e que iria conferir pessoalmente na próxima semana, quando lá estarei participando da Exposição de Ovinos e Caprinos organizada pela ACEC. 
Após desligar o telefone, fiquei pensando nas pessoas, meus conterrâneos, meus amigos e nos diversos parentes que lá residem, e me senti um pouco triste, pois todos sabemos das verdadeiras necessidades do nosso Município, das precariedades dos serviços públicos, das deficiências nas áreas da saúde e da educação. 
Sei que em época de eleição os políticos preferem priorizar as “obras”, pois estas lhes dão mais “retornos” e têm mais visibilidade. Mas o que realmente me entristece é a sensação de estarmos perdendo a compaixão. A compaixão que nos faz olhar por duas janelas: a nossa e a dos necessitados, aqueles que foram esquecidos, as vítimas da nossa indiferença. 
Fico orgulhoso em ver uma cidade bonita, com suas praças e seus jardins bem cuidados. Porém, sei que só isso não basta para um verdadeiro avanço da cidadania; só isso não vai diminuir a angústia de uma mãe ver seus familiares sofrendo por não conseguir um atendimento médico digno, sem saber a quem apelar; só isso não vai acabar com a péssima qualidade do ensino público. 
Como podemos nos deslumbrar ou nos emocionar com as “Danças das Águas”, quando temos diante de nossos olhos a ineficiência dos serviços públicos atingindo de forma tão cruel os mais necessitados, que não escolheu sua classe social, mas escolheu o seu governante, e nele depositou sua fé, sua esperança? Isso é algo que não devemos esquecer! 
Mesmo que nossos familiares não tenham que amargar horas e horas de espera no hospital público ou nos postos de saúde; mesmo que os nossos filhos e netos não sejam vitimas das precárias e lamentáveis condições das escolas públicas; não devemos nos calar diante dessa situação se queremos um futuro melhor para o nosso povo e o nosso Município. Lembremo-nos o que diz Elie Wiesel; ”O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença”. 
Se não somos carente e temos condições sociais que nos dão conforto é porque fomos contemplados pela loteria biológica do nosso nascimento. Em gratidão, devemos reconhecer a nossa dívida com os mais pobres, os necessitados, os esquecidos. Só com a participação de todos é que podemos mudar algo. Devemos nos colocar no lugar de cada um deles e lembrarmos que além da nossa família biológica, fazemos parte de uma família maior - a família humana. Não sejamos omissos, egoístas e antes de desistir vamos tentar. As pessoas esquecem o que falamos, o que fazemos, mas nunca esquecem como as fizemos sentir. 
Devemos dar ao povo não só entretenimento, mas confiança, esperança e humanidade, pois os carentes e necessitados são pessoas como nós, com os mesmos sonhos e anseios. 
Por tudo isso, devemos ter compaixão e olhar o nosso povo com os olhos da alma e ouvi-los com o ouvido do coração. Precisamos dar ao ser humano condições dignas de sobrevivência, garantindo-lhe atendimento médico e educação de boa qualidade. Precisamos sim, muito mais do que praças e asfalto! 

Por: Ismael Abreu 

Popular Posts

Mural de Recados